Resenha crítica “O Gosto Dominante como Gosto Tradicional”
Existe uma classe social à parte do Brasil, é a AAA, formada por aqueles abastados, que a renda famíliar mensal atinge, e ultrapassa, 801salários, é a “antiga” aristocracia brasileira povoada por alguns “novos ricos”. Fazendo cálculo rápidos, podemos perceber que cidadãos enriquecem em um mês, o que o trabalhador asslariado, que recebe o salário mínimo, ganha em 6 anos e 8 meses de trabalho, mesma idade em que uma criança começa a ser alfabetizada. No mínimo: ainda vivemos sob uma ditadura institucionalizada que beira a escravidão, que se apresenta em forma de Estado Democrático. O que se propõe neste texto, não é o levantamento de dados alarmantes visando a comprovação da desigualdade social. Todos já sabem da existência da mesma. O cerne da questão é um problema mais complexo, alvo de diversas manifestações antropológicas, a indiferença cega e despolitizada da classe AAA para com os assuntos sociais dos mais pobres. Reiterando o que já foi dito acima: essa faixa vive em um mundo à parte, em uma bolha de luxo, que eles acreditam ser intransponível. É importante destacar que não podemos analisar tal “casta” de maneira isolada, isto é, despejando neles toda a repugnância e falta de altruísmo para com o país. O estímulo para a criação de consciência crítica tem defasagem histórica. Brasil Colônia, Brasil Império e Brasil república: por diversas razões interligadas, cito, entre elas, espírito de submissão e falta de incentivo à educação, fomos- toda a sociedade em seus cargos civis, políticos e cidadãos- criando a citada bolha. Não vamos, contudo, reviver o ódio pelo colonialismo e afins. Configura-se essencial fugir das demagogias políticas, direita ou esquerda, socialista ou capitalista; partiremos do princípio da democracia. O texto que incitou minha reflexão é de autoria da Doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo, Carolina Pulici. No artigo “O Gosto Dominante como Gosto Tradicional”, a socióloga