Resenha crítica sobre sus e privatização da saúde pública
Na década de 70, o acesso á assistência à saúde era seletivo. Somente os trabalhadores contratados através da CLT se beneficiavam desse serviço. Isto é, só quem possuía carteira assinada e contribuía para previdência poderia ter acesso aos serviços de saúde do Estado. Essa era uma prática elitista e sectária porque só quem paga recebe, ou seja, uma grande parcela – principalmente as camadas pobres da sociedade – ficava sem o direito à saúde. Vigorava um modelo centrado no setor privado custeado pelo governo federal.
A abertura política, na metade dos anos 70, possibilitou a reorganização de movimentos sociais que estavam abafados e oprimidos pelo período de repressão do Estado. Destacam-se nesse o Movimento da Reforma Sanitária e o Sindical. Os movimentos sociais trouxeram uma resistência à política. Eles questionaram e expuseram as péssimas condições de saúde e trabalho as quais os operários eram submetidos diariamente. Formados por profissionais da saúde, delataram as consequências do modelo econômico sobre a saúde da população e a irracionalidade do sistema de saúde da época. O movimento tem seu auge nos anos 70. Eles incitaram um novo modo de se pensar a saúde: ela deve ser universal e por isso deve ganhar uma nova configuração. Propuseram alternativas para um novo sistema de saúde com atributos democráticos. Essas ações desembocam em uma nova política de saúde pública e em 1988 é escrita a lei 8.080 que dispõe sobre as balizas fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS). Os principais pressupostos do SUS são: universalidade – todos sem restrição têm direito ao acesso à saúde --, integralidade – pensar de forma ampliada a saúde e o cuidado em rede – e equidade – afirmar as diferenças territoriais para diminuir as desigualdades. O SUS traz em seu bojo de mudanças uma nova proposta de solidariedade e sensibilidade. Deve-se ressaltar que houve oposição, uma vez que o modelo médico assistencial