Resenha crítica do livro pinóquio às avessas
Analisando a estória Pinóquio às avessas, de Rubem Alves, nos deparamos com um contraste em relação à obra do autor italiano Carlos Collodi, que a todo custo quer se tornar um menino. Enquanto “às avessas” narra à estória de um menino que figurativamente se torna um “boneco” ao entrar na escola. A narrativa nos relata a realidade da pedagogia diretiva inserida no contexto escolar, que limita a curiosidade e a criatividade, onde o sujeito é totalmente determinando pelo mundo do objeto e extremamente passivo ao que determina o sistema, consequentemente tornando as pessoas padronizadas, sem iniciativa, senso crítico e propicias a futuros profissionais frustrados. Tais fatos contrapõem a curiosidade natural da criança, como um ser ativo em descobrir o mundo ao seu redor. Felipe o “Pinóquio às avessas”, retrata a realidade do mundo da criança, “que nada sabe sobre os sonhos e os planos dos pais, nem tão pouco o que é o futuro. As crianças vivem o presente, com tanta coisa para ver, com tanta coisa para aprender”. A estória nos mostra a preocupação dos pais em relação à educação do filho. Nota-se que a visão deles sobre a escola é uma consequência da padronização do sistema, em relação às provas, as boas notas e a importância do diploma na vida do indivíduo que o caracteriza como pessoa. Como característica do modelo diretivo Felipe abre mão “de seus direitos (ser criança e ver o mundo a sua maneira)” e passa a se adaptar ao sistema, pois sua maneira de enxergar o mundo e o porquê os elefantes não podem ser pintados de cores diferentes, mas sim conforme é exigido pelo professor. O mesmo faz parte da escola, que vai fazer com que o indivíduo aprenda o que a sociedade quer e o que é esperado para que se mantenha o autocontrole da ordem social. É interessante notar as fases de desenvolvimento no decorrer da narrativa, que nos mostrou a criança como sonhadora, que se tornou um adulto vitima do sistema e de suas consequências, que mesmo sendo