Resenha Crítica do Filme A Pele que Habito

RESENHA CRÍTICA - A PELE QUE HABITO
O filme A pele que habito, dirigido por Pedro Almodóvar, conta a história de um cirurgião plástico (Antônio Banderas) deprimido e decepcionado que enfrenta dificuldades de superar a morte de sua esposa que havia cometido suicídio pois não conseguiu conviver consigo mesma após sofrer um acidente de carro em que sofreu queimaduras que a deixaram irreconhecível. Após esse acidente, o médico se empenha em desenvolver uma pele perfeita e resistente que poderia ter salvo sua esposa.
Paralelo a esse objetivo, o personagem também tinha a responsabilidade de cuidar de sua única filha, uma garota que passou a viver à base de remédios após presenciar o suicídio de sua mãe. Em uma determinada ocasião, a filha do protagonista conhece um rapaz que supostamente a teria estuprado e decorrente dessa situação comete suicídio também. Movido pelo desejo de vingança e pela necessidade de testar a nova pele em uma cobaia, o médico sequestra o provável estuprador de sua filha e inicia procedimentos de transgenia.
A cobaia, chamada de Vera, é então submetida a processos invasivos de transformação de seu corpo masculino em uma figura feminina. No entanto, essa transformação é meramente física, porque em seu interior a cobaia não se sente como mulher e tenta lutar contra essa imposição sexual ao longo dos seis anos em que durou o processo. Essa temática envolve questões sociais e sexuais sobre alguém que vive escravo de sua própria figura feminina sem ter escolhido essa condição, tendo que suportar uma relação sexual com um outro homem que além de lhe violentar o mantém preso.
Na sociedade contemporânea o que se observa são milhares de exemplos como Vera: pessoas que habitam um corpo que não condiz com seu eu interior. No entanto, Vera não escolheu essa condição, pelo contrário, foi uma transformação conflitante com sua identidade. Na realidade, as pessoas que sentem-se presas a sua forma física muitas vezes buscam meios de transformarem-se de