resenha crítica do conto No moinho
Autor: Eça de Queirós
Fonte: coletânea publicada em 1902
Maria da Piedade cresceu em uma família modesta e totalmente desestruturada, onde sua mãe era muito “desagradável” e seu pai bêbado violentava sua mãe.O conto já denuncia a grande desestrutura social e familiar. A violência familiar é muito frequente nos dias atuais. A visão de família com pai, chefe de família, mãe, cuidando da casa, e os filhos bem cuidados, tem se perdido cada vez mais. Maria da Piedade vê como única saída casar-se com João Coutinho, um homem doente, mas rico. O casamento foi uma saída que ela enxergou de sair de casa e mudar de vida. Ela não amava João Coutinho,mas ele era um homem rico e não aguentava mais conviver com seus pais. O casamento por interesse está presente no mundo de hoje, são poucos os que se casam por amor. As pessoas querem ter seus desejos realizados, visam o que o outro pode lhes oferecer.
Tiveram três filhos, duas meninas e um menino que por herança genética todos nasceram doentes. Assim, restava-lhe viver como enfermeira, cuidando das doenças do marido e dos filhos. Como consequência sua vida é sombria, pois está sempre “vestida de preto” e sua casa parece triste.“Era considerada em toda a vila como uma senhora modelo” que dava orgulho à vila por “sua beleza delicada e tocante; era loura, de perfil fino, a pele ebúrnea, e os olhos escuros”, enfim, era considerada “uma fada”. A solidão era a maior das doenças naquela casa,pois as janelas viviam trancadas, não havia alegria,apenas sacrifício. João Coutinho recebe uma carta de quem tinha orgulho, seu primo Adrião anunciando sua chegada para a venda de uma propriedade rural. Imediatamente João manda providenciar estadia para o primo e isso deixa Maria da Piedade apavorada por ter em casa um estranho que quebraria a rotina da residência, porém o primo chega e deseja ficar na estalagem de Tio André para não perturbar a ordem da casa