Resenha Crítica "Crash: No Limite"
Verificamos que o filme em pauta toma corpo através de dois termos
Sociológicos que são cotidianos em nossas vidas e que geralmente não percebemos. Trata-se de um filme forte e direto, capaz de confrontar toda nossa crença de mundo e também nossas “certezas” sobre a sociedade.
O primeiro aspecto, e também o de maior intensidade, é o Etnocentrismo, que segundo Everaldo P. Guimarães Rocha (1984, p.18) acontece quando “rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença”. No filme, fica bem presente o preconceito racial e mesmo a
Xenofobia, por tratar de um choque entre culturas distintas, e que é tão presente em nosso meio que não analisamos o quanto uma atitude mal pensada pode desencadear fatos preocupantes.
O segundo aspecto, que primordialmente não aparece, é a Relativização, que se dá “quando o significado de um ato é visto (...) no contexto em que acontece, (...) quando compreendemos o ‘outro’ nos seus próprios valores e não nos nossos” (Ibid,
p.20). Ao fim do filme, no qual as tramas se contradizem para então formarem uma teia de ligações e mesmo um ciclo, onde há um estimulo que se converta em resposta, percebemos arrependimento, conscientização e a dependência que temos de cada um que compõe a sociedade em que vivemos, e que por isso devemos ter nossas mentes mais abertas às diferenças.
Um ponto bem marcante, que caracteriza o Etnocentrismo, é a generalização que se faz aos personagens. Podemos notar que uma atitude etnocêntrica sempre ganha espaço quando em uma discussão uma das partes se sente ameaçada de alguma maneira, seja ela física ou emocional, então se utiliza de argumentos préconcebidos para rebaixar o outro e enaltecer sua cultura.
A Relativização faz falta, também, quando o outro é um reflexo do contexto em que vive, e que o supressor não avalia a situação como um todo, mas recolhe uma parcela da ação para agir em “legítima defesa”, tendo o direito