Resenha Critica A Sociedade contra o Estado -Pierre Clastres
CLASTRES, P. A sociedade contra o estado. São Paulo: Cosac & Naify. 2003. 280 p.
1 CREDENCIAL DO AUTOR Pierre Clastres nasceu em Paris em1934. Formou-se em filosofia no ano de 1957 na Sorbone, em 1963 vive sua primeira experiência de campo entre os Guayaki ao lado de sua esposa Hélèn Clastres no Paraguai. Em1965 defende sua tese de doutorado na Sorbone e leciona no antigo Departamento de Ciências Sociais da USP. Nos anos seguintes realiza pesquisas mais curtas na América do Sul que resultam na maior parte dos escritos reunidos em A sociedade contra o Estado. Nos anos 70 volta a campo e seus estudos são publicados postumamente, na França é paralelamente diretor de pesquisa no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, Paris) e membro do Laboratoire d’ Anthropologie Sociale do Collège de France. Clastres morre em um acidente de carro em 1977.
2 RESUMO DA OBRA O livro é dividido em onze capítulos mais uma entrevista e descrição do autor além dos mapas que descrevem os locais onde dados foram coletados e pesquisas de campo executadas. O décimo capítulo que tem como título “Da tortura nas sociedades primitivas” (CLASTRES, 2003, p. 194) é divido em seis subitens. O primeiro subitem descreve a relação entre a lei e a escrita e a relação de dependência entre si. São citados os primórdios da escrita em suas mais variadas formas e os impositores da dureza da lei em diferentes fases históricas. O segundo subitem faz referencia da relação entre a lei, a escrita e o corpo. Clastres cita trechos de uma ficção onde uma maquina é usada para escrever a lei sobre o corpo do transgressor. Também relata que em acontecimentos na URSS onde o próprio individuo se escrevia, como resultado estava fora da lei por ter seu corpo escrito. O terceiro subitem fala sobre o corpo e o rito, passagem de fases cronológicas são descritas e o autor descreve a importância do corpo na iniciação dos ritos sociais e religiosos. Ele fala sobre a transmissão de