As teorias contratualistas, preocupadas em estabelecer uma origem para o Estado e sua estrutura como um todo, encontram diversas abordagens durante o século XVII e XVIII e, entre elas, os nomes de Hobbes, Rousseau e Locke. A relação entre os principais filósofos do contratualismo – que tem como ideia principal a elaboração de um “contrato social”, que organiza as relações humanas – parece manter-se semelhante apenas em suas linhas principais. Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau não somente estabeleceram pontos de vista distintos sobre a forma de Estado e da sociedade, como também serviram de base teórica a diferentes movimentos políticos da Era Moderna. Para Hobbes o homem em seu estado de natureza é belicoso e há em sua natureza uma tendência à destruição, levando a um estado de guerra de todos contra todos, como deixa claro na expressão “Homo homini lupus”. A busca constante da honra e da glória define também uma característica comum a todos. Essa característica provém do estado natural e igualitário, que desperta um instinto competitivo e a desconfiança entre os indivíduos. Locke traz consigo o empirismo como base de seu pensamento, representado pela expressão latina “tabula rasa”, uma crítica à doutrina de Platão e Descartes de que determinadas ideias não dependem da experiência humana, contrariando a ideia de verdades inatas. Para Locke, é como se a mente humana fosse um papel em branco que adquire experiência por meio da vivência e não há um “conhecimento padrão” presente na natureza humana antes da experiência, do que é empírico. A ideia de Rousseau quanto ao estado natural é de que o homem é, a priori, bom, porém a sociedade o corrompe. A partir desse pensamento, Rousseau tem uma ideia pessimista: a de que a racionalidade humana é maléfica, é a origem dos defeitos humanos. No tocante à propriedade privada, os grandes nomes do contratualismo divergem entre si. Hobbes nega o direito natural à propriedade. Locke