Resenha conto Feliz Ano Novo de Rubem Fonseca
A linguagem dos personagens é crua e de baixo calão. Suas ações são sem escrúpulos desde o início do conto. Como na cena em que o terceiro personagem, Zequinha, chega na residência e se depara com o Pereba se masturbando no meio da sala. Ao ser interrogado o por que estava fazendo isto naquele local, Pereba respondeu que o banheiro estava muito fedido.
Durante a conversa dos personagens há a citação de que eles fumam e bebem no apartamento, mas não há comida. A situação de miséria em que se encontram é posta a todo instante em contrapartida à vida das pessoas ricas:
"As madames granfas tão todas de roupa nova, vão entrar o ano novo dançando com os braços pro alto, já viu como as branquelas dançam? Levantam os braços pro alto, acho que é pra mostrar o sovaco, elas querem mesmo é mostrar a boceta mas não têm culhão e mostram o sovaco. Todas corneiam os maridos. Você sabia que a vida delas é dar a xoxota por aí?" (FONSECA, 2004, p. 190)
A impressão passada ao longo do conto é de que os personagens estão nesta situação porque são vítimas da sociedade capitalista opressora.
Um quarto personagem, que é apenas citado no conto, é o Lambreta, que está em São Paulo e parece ser o líder. As armas de Lambreta estão em um andar inferior do edifício, aos cuidados de dona Candinha, que guardava as armas em sua residência com segurança, já que a polícia não desconfiaria de dona Candinha e não entraria em sua casa. Sem esperar pelo dono das armas, os três pegam as armas e saem a procura de uma casa de ricos, para assaltar.
Em um opala, Zequinha, Pereba e o narrador-personagem vão a procura de uma casa.