LANA

Autor
Autor é o sujeito independente, que escolhe o gênero para se comunicar com a sociedade. É sempre o indivíduo que fez, que criou. O autor, em relação à Literatura ou outro tipo de arte, é aquele a quem se deve uma obra. É alguém que tem uma determinada visão do mundo e a exprime em termos artísticos ou científicos. Segundo a narratologia, é função do autor criar um mundo alternativo, com personagens e cenários e eventos que formem a história. Rubem Fonseca faz isso, muitas vezes através de contos, uma narrativa curta, que gira em torno de um só conflito. Ele enquanto autor retrata em seus contos muitas das questões sociais do país, sendo um dos pontos mais chocantes de suas histórias o lado amoral dos criminosos. Nenhum personagem criminoso é passível de culpa ou remorso, sempre agem com frieza. Como mostra o trecho extraído do conto O Outro “Fechei a porta, fui ao meu quarto. Voltei, abri a porta e ele ao me ver disse "não faça isso, doutor, só tenho o senhor no mundo". Não acabou de falar ou se falou eu não ouvi, com o barulho do tiro. Ele caiu no chão, então vi que era um menino franzino, de espinhas no rosto e de uma palidez tão grande que nem mesmo o sangue, que foi cobrindo a sua face, conseguia esconder”. Rubem Fonseca tem como característica da sua escrita a literatura brutalista, sendo um dos que inaugurou essa corrente da literatura brasileira, conhecida em 1975 através de Alfredo Bosi. Essa literatura ultrapassa o limite da proibição do que é aceitável ou não. No decorrer dos anos 80 e 90, a literatura urbana criou um elo entre o real e o ficcional baseado na própria realidade, uma espécie de supra realidade, numa literatura em que a violência é mostrada sem heroísmo e sem redenção. Desta maneira, Fonseca apresenta uma análise extremamente fiel ao visto e sentido em nossas relações sociais, marcada pela violência urbana cotidiana.

Leitor
Rubem é pródigo em deixar as coisas para o leitor completar. Ao escrever, o autor deve supor um