resenha Avatar
Há uma coisa muito boa que o filme Avatar provoca: o colapso de culturas, um conflito que pode gerar inimizades ou paixões profundas. Que digam os antropólogos, estudiosos que aprofundam conhecimento sobre as diversas manifestações culturais que há no mundo.
Malinowski já dizia que para conhecermos uma cultura, devemos fazer parte dela. A "observação participante" deve ser treinada, para que assim tudo aquilo que pode nos parecer confuso se torne normal. Claro que também é possível fazer da normalidade algo diferente, contudo o mais comum é o inverso.
Tal como quando pesquisadores visitam tribos indígenas, quilombos, assentamentos: ficam dias, semanas, meses participando das ações sociais presentes; comem aquilo que lhes é oferecido; vestem-se de tal forma a serem aceitos. Na convivência, aprender as tarefas, as línguas, as comemorações, o misticismo.
Um dos personagens do filme passa três meses num mundo encantado: animais totalmente diferentes, plantas gigantes que encolhem, fluorescência natural à noite, sem contar os na'mi, primitivos azuis que vivem no planeta Pandora. Lá, aprende a montar, caçar, respeitar, amar. Aquilo que os homens não demonstravam, os na'mis faziam constantemente. Nessa relação profunda com cada elemento, ele fora aprovado para viver com a tribo. Completa-se tal ciclo com a paixão por uma nativa, filha do chefe do clã.
Os nativos dizem que a natureza se liga por uma relação parecida com as sinapses de nossas mentes, o que se comprova quando eles ligavam seus corpos aos dos animais, através de seus cabelos. Um complementaria o outro e ambos seriam um. Assim, o ex-humano pode voar, conquistar a tribo e vencer os homens.
Tudo isso só ocorreu por um pequeno motivo: compreendeu a cultura do próximo. Aquilo que muitas vezes falta para todos nós, que nem sempre queremos enxergar. Compreender o próximo gera crescimento, primeiramente individual, depois coletivo. Ao se integrar aos na'mis, o homem deixou de ser