RESENHA AVATAR
Como se vê do resumo acima de AVATAR (2009), o primeiro filme que James Cameron dirige desde o retumbante TITANIC (1997), não temos nada de novo no front. Já vimos muitas vezes variações desta trama – o branco que passa a viver entre indígenas e que acaba tomando o partido deles no confronto com seus irmãos “civilizados”. Inclua nela referências à intervenção norte-americana no Iraque, aos próprios filmes anteriores do diretor (em especial ao tema recorrente da ganância e estupidez humanas como causa potencial ou efetiva de grandes tragédias) e o emprego de uma tecnologia cinematográfica que rompe novas barreiras, e temos um filme com muitos momentos visualmente sublimes e impressionantes (principalmente se assistidos em 3-D ou IMAX), outros que beiram a breguice… e heróis que parecem uma cruza de Smurf com Thundercat.
Essa mistura, nas mãos de um mero diretor de blockbusters, poderia provocar indigestão no espectador; mas a mente criativa por trás de tudo isto é Cameron, um especialista em produzir narrativas de qualidade – ainda que convencionais – e que, cada uma a seu modo, revelam ser revolucionárias. Filme concebido há mais de uma década e realizado apenas quando a tecnologia necessária finalmente