Análise - Rousseau e Sandro do ônibus 174
A princípio a pergunta parece descabida, já que a sociedade julgou Sandro como um “monstro” e a maioria achou merecida a morte do protagonista. Porém, a discussão sobre a ética é muito complexa, visto que cada autor tem sua teoria a respeito do assunto, e com certeza é válida para esse caso. Portanto, a análise será feita a luz da teoria do filósofo Jean-Jacques Rousseau.
Rousseau, em sua teoria do “bom selvagem” afirma que os indivíduos são, por natureza, bons. O autor acredita, sobre tudo, na liberdade individual, portanto, afirma que o seres-humanos nascem livres e bons, e o que eles se tornam no futuro é mero produto de um processo civilizador. Podemos então dizer que para o autor, a sociedade é a peça fundamental para a formação do comportamento do individuo.
Sandro Barbosa do Nascimento nasceu em uma das favelas do Rio de Janeiro. Nunca conheceu o pai, que quando descobriu que sua mãe estava gravida, abandonou-a. Aos seis anos de idade, presenciou a morte da mãe. Após esse acontecimento, Sandro virou morador de rua, viciou-se em drogas e começou roubar para manter seu vicio.
Naquela época, Sandro dormia em frente á Igreja da Candelária, junto com diversos meninos, com quem fez amizade. No dia 23 de julho de 1993 Sandro presenciou mais um momento de terror em sua vida: o Massacre da Candelária. Policiais Militares encostaram seus carros em frente á Igreja e começaram disparar contra os meninos que ali estavam. O massacre resultou em 8 mortes. Sandro conseguiu escapar.
Sete anos após o massacre, Sandro sequestrou o ônibus, linha 174. O sequestro resultou a morte de uma refém, que levou um tiro do policial (tentando acertar Sandro) e consequentemente, três tiros de Sandro. O protagonista foi finalmente