Resenha Admirável Mundo Novo
Ademais, a promiscuidade é generalizada, “todos são de todos”, não há a ideia de fidelidade ou longevidade nos relacionamentos, é antiético, é inaceitável naquele padrão social. Não havia reclamações, todos eram felizes: quando a infelicidade principiava, havia uma substância denominada “SOMA” que propiciava um efeito “anestésico” do sofrimento. Ou seja, havia um controle total da população pelo Estado e pelos membros que o compunham, muitos conhecedores do passado dito “selvagem”, no qual a constituição familiar, o culto aos deuses e vários outros costumes abomináveis por aquela sociedade, eram inaceitáveis e prosaicos. Mais adiante, o autor contraporá a figura de John, o “selvagem”, que vivia numa espécie de reserva indígena aos moldes atuais, a todo aquele sistema automatizado, engessado e manipulado por uma entidade estatal superior, causando reflexões e paradoxos ao leitor, prendendo-o até ao desfecho da obra.
Tentou-se, com os parágrafos acima, contextualizar, minimamente, a obra para, posteriormente, realizar-se às análises indispensáveis. Ora, a questão dos avanços da tecnologia e da ciência é tão atual, que, pode-se dizer, apesar da distância histórica, que Huxley vislumbrou algo há quase um século. Nunca se foi tão debatido os limites éticos desses avanços numa ótica de manipulação da vida humana, dos desdobramentos acerca