Representações "indígenas"..
ICONOGRAFIAS E O ENSINO DE HISTÓRIA.
Joselene dos Santos Maciel[1]
RESUMO
Este artigo analisa as diferentes “representações” dos povos indígenas a partir de algumas obras iconográficas de pintores e viajantes escolhidas entre os séculos XVI e XIX, presentes nos livros didáticos. As iconografias (em livros didáticos), às vezes, cristalizam olhares e produzem discursos sobre estes povos (indígenas) e realmente, ainda se conhece pouco acerca das novas leituras que as imagens dos pintores e viajantes têm proporcionado numa direção interpretativa da história em sala de aula. Interessa neste estudo, questionar, compreender e analisar criticamente algumas obras e tecer considerações sobre novas interpretações diferentes sobre os indígenas nessas iconografias.
PALAVRAS- CHAVES: História, Iconografias, indígenas e livros didáticos.
INTRODUÇÃO
Poderíamos olhar horas para um quadro de Debret, de Rugendas ou de outro pintor ou viajante que representaram os índios e tentar entender as intenções com que foram produzidos. As escolhas dos momentos registrados deixaram para a História, possibilidades de interpretação do Brasil sobre sua população, sua fauna e sua flora.
Neste artigo interessa compreender a importância desses registros iconográficos para a História dos índios do Brasil e principalmente para propor novas interpretações sobre as diferentes culturas indígenas que habitavam a terra Brasilis. A compreensão crítica acerca dos olhares eurocêntricos desses registros iconográficos dos pintores e viajantes pode contribuir para uma leitura mais problematizadora e menos ilustrativa dessas fontes, inclusive para a transposição didática dos conteúdos de história em sala de aula sobre os nativos indígenas. A discussão sobre os conceitos envolvendo história e iconografia, seja esta como fonte, linguagem ou documento pode auxiliar no sentido de explorar as diferentes