Imagens que dizem: representações coloniais dos indígenas na sociedade brasileira.
Washington Amaral Ferreira
Introdução
As descobertas ultra-marinas do século XVI ocasionaram o encontro de diferentes culturas, porém, logo se transformaram em conquistas. Tais conquistas promoveram uma separarão entre os homens em duas categorias denominadas colonizadores e colonizados , que desencadearam processos de transformação, cujos efeitos, ainda hoje, marcam as relações atuais.
Os nativos que aqui habitavam na América, com suas civilizações foram impactados pelo homem europeu. Na Europa, o selvagem se tornou tema de acaloradas discussões filosóficas, servindo de embasamento de diversas interpretações do que é ser um índio, um selvagem. Representações que forjam até hoje a imagem que se tem do índio.
As imagens imediatas que se reproduzem do índio brasileiro são a do doce herói, pacato, que vivia nu e livre pelas matas, que não gostava do trabalho, que pintava o corpo para dançar, adorava o sol e a lua, não possuía nenhum tipo de propriedade privada, indiferente a tecnologias remotas, viviam todos juntos e em total isolamento do resto do “mundo” (entende-se Europa), eram todos iguais, tudo era “índio”. Além dessas imagens, as mulheres eram estigmadas nos tempos da colonização como “prontas para serem ceifadas” (Brandon, 2005) na contemporaneidade essas representações são reafirmadas pela mídia ao caracterizá-las como “passivas e sexualizadas” (Idem).
A proposta do trabalho será de fazer uma abordagem crítica a partir de dois exemplos de representação contemporâneas de indígenas no Brasil: PapaCapim e Crocoká. Essas análises serão feitas a partir da tese de Doutorado de Sara Elizabeth Brandon intitulada Penas de Papel: Um Estudo Comparativo da Imagem Indígena no Brasil e nos EUA.
Papa-Capim
[pic] oportunidades de se criar um imaginário do que é ser “índio”. Imagem essa que tende a ser reforçada em seus outros estágios de