Como fazer resenha
RESENHA I:
ALGRANTI, Leila Mezan – Honradas e Devotas: Mulheres da Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio/ Brasília: Edunb, 1993 (330p.) Honradas e devotas constitui-se, além de prazerosa leitura, numa importante contribuição à historiografia do Brasil colonial. Inicialmente tese de doutoramento pela Universidade de São Paulo, esta publicação traz alguns temas caros à sua autora, que atualmente é professora do Departamento de História da Unicamp, onde também dedica-se ao “Núcleo de Estudos de Gênero Pagu”. Leila Algranti tornou-se conhecida através da publicação de O Feitor Ausente: Estudo sobre a escravidão urbana no Rio de Janeiro- 1808-1822 (Rio de Janeiro: Vozes, 1988), e agora, trabalhando com o universo feminino, retoma, como contexto, cidades coloniais (Rio de Janeiro, São Paulo, cidades mineiras) e a sociedade escravista. O objeto da pesquisa que resultou neste livro é a mulher reclusa do sudeste do Brasil da segunda metade do século XVIII até 1822, e as representações sociais que se fez dela no mesmo período. Reclusa, por que recolhida em conventos e recolhimentos, logo marginalizada da sociedade por toda a vida ou boa parte dela. E o período se explica pelo funcionamento concomitante, auge das instituições cuja documentação foi estudada, e que sofreram alterações várias após a Independência. Os conventos e recolhimentos (espécies de apêndices dos conventos) surgem pouco na historiografia brasileira, sempre com seu caráter educativo ressaltado; e não foi bem esse aspecto que a autora notou ao consultar uma série de documentos da polícia do Rio de Janeiro do setecentos. Estes referiam-se a homens que haviam pedido a interferência dum intendente geral da polícia da Corte a fim de mandar