doutora
Leyes nuevas e representações à época da Jornada de Omagua y Dorado
Deise Cristina Schell
Mestranda em História
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Resumo:
O presente artigo intenta verificar quais eram os debates em torno da questão indígena e quais as representações dos índios construídas por conquistadores espanhóis em sua documentação à época de uma expedição ao interior do continente americano, conhecida como a
Jornada de Omagua y Dorado (1560-1561).
Palavras-chave:
América do Sul – descoberta e exploração – espanhola
Índios da América do Sul – estatuto legal, leis, etc.
Representações sociais
O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
[Los indios] sufrían e sufrieron grandes persecuciones, y cuanto les era posible toleraban las tiranías y servidumbres de los cristianos, e porque de su naturaleza era gente muy mansa y pacífica; hízoles aquel tirano, con sus tiranos compañeros que fueron con él, (…) tanto daños, tantas matanzas, tantas crueldades, tantos cautiverios y injusticias, que no podría lengua humana decirlo.1
Considerações iniciais
P
ara a tradicional historiografia da conquista espanhola da América, 2 cuja produção perdurou até o século XX, a história dos índios da época colonial foi marcada pela descrição de massacres, torturas,
derrotas e, consequentemente, pelo “óbvio” desaparecimento das sociedades nativas contatadas pelos europeus. Influenciados pela “leyenda negra”,3 tradição de crítica ao colonialismo espanhol que se desenvolveu ainda no século XVI, escritos e estudos clássicos irão afirmar que nada do mundo indígena havia sobrevivido ao “cataclisma” da conquista, entendendo os índios como sujeitos não-históricos, inertes aos processos da dominação espanhola. Cristalizava-se,