Representação Política
( Palestra proferida pelo professor de filosofia Renato Lessa, no Fórum do Senado Federal, em 2012).
Representação política significa que poucos podem agir em nome de muitos. O representante deve fazer o que o representado não pode fazer. Foi criada uma ficção: é como se o próprio representado estivesse agindo. É uma ficção que torna o ausente presente.
Na representação, muitos escolhem poucos que devem ser capazes de pensar o interesse público.
O representado é diferente do representante. A representação política consagrou o modelo de que não há necessidade de o representado ser igual ao representante.
Representação política e democracia: há muitos movimentos políticos que associam representação política e democracia. Falar em democracia e falar em representação política é ideias que são usadas muito interligadas.
A democracia nasce no século V. A representação surge no séc. XVII e XVIII. A democracia é uma forma de governo do povo para o povo. Iniciou em Atenas (Grécia). A população reunia-se na praça (ágora) e participava diretamente das decisões, discutindo as questões e votando. A partir do séc. XX, grande parte dos países do mundo, passaram a usar o sistema democrático.
Democracia e representação: Professor Lessa entende que não há encaixe perfeito, mas sim uma tensão. Que foi criado um artifício visando o interesse público. Foi criada uma ficção política de que o parlamento tem a universalidade. Pretensão de universalidade no exercício da representação. Esta tensão existe porque há uma oposição entre o princípio democrático que impõe a identidade entre governante e governado e o princípio representativo que supõe a sua distinção.
A crise na representação política: A qualidade da representação é afetada pela qualidade da demanda da representação. A qualidade da demanda é fundamental para a qualidade da representação.
O professor Lessa fez uma abordagem histórica