Representação política

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

A necessidade de representar por meios de representantes deixa para o povo o problema da escolha desses representantes. Cada indivíduo tem suas aspirações, seus interesses e, mesmo que de maneira indefinida e imprecisa, suas preferências a respeito das características dos governantes. E quando se põe corretamente o problema da escolha é natural à formação de grupos de opinião, cada um pretendendo prevalecer sobre os demais.
Criando assim a formação de agrupamentos definidos, geralmente em torno de um líder, dando-se o nome de partidos. No entender de Duverger, os partidos políticos, no sentido moderno, só aparecem a partir de 1850, quando instituições desempenharam o mesmo papel, que é o de conquistar o poder político e exercê-lo. Outros autores acreditam que o nascedouro dos modernos partidos políticos se deu na Inglaterra, a partir de 1860 onde se definiu a noção de oposição política, que é a doutrina, básica na democracia, de que os adversários do governo não são inimigos do Estado e de que os opositores não são traidores ou subversivos.
Na realidade, pode-se dizer que houve um período de maturação durante o qual prevaleceram organizações mais ou menos clandestinas, até que fossem claramente definidos e incorporados à vida constitucional os partidos políticos. Mas isso só viria a ocorrer, de fato, no século XIX, havendo, no entanto, trabalhos doutrinários fazendo referências mais ou menos precisas aos partidos já no século XVIII, numa primeira tentativa de sistematização doutrinária. Assim é que David Hume, ainda se recusando a aceitar a oposição como coisa normal, publica críticas às facções e procede à sua classificação, num trabalho precursor das modernas classificações dos partidos políticos:
Facções pessoais: Quando baseadas em amizade pessoal ou animosidade entre os que compõem os partidos em luta.
Facções reais: Quando fundadas em alguma diferença real de sentimento ou interesses. Podendo ser de três espécies: de interesse,