Repensando o trabalho pedagógico
Ainda hoje apesar dos estudos que se apresentam desde a década de 70, as escolas repetem as formas de ensinar que vivenciamos quando éramos crianças, moldadas para uma classe média que pôde exercitar essas práticas sociais da leitura e da escrita no seio familiar e comunitário. Como era bom, ao final de um dia de aula cansativo, chegando em casa decorar a tabuada de somar, dividir e multiplicar. E ai de mim se não soubesse na ponta da língua quanto era nove vezes nove (9x9). Era matemática representada na linguagem oral. Digo que era bom, pois realmente a escola era o espaço social mais disputado, onde tudo acontecia fazer magistério era a profissão que todos queriam e acho que por isso na escola as crianças encontravam amor, solidariedade, atenção, tudo de bom. A linguagem escrita, por sua vez se fazia sempre presente nos ditados, nas cópias de carta, bilhetes, cópia dos livros de leitura, e ainda aprender e cantar o Hino Nacional nas aulas cívicas. Então hoje eu reflito. Tinha ou não tinha trabalho pedagógico? É claro, que já existiam as teorias de Piaget, Vygotsky e outros mais, porém pouco se falava sobre elas. Não existia Emília Ferreiro para dizer que através dos erros é que se acerta e que se aprende, então tivemos que aprender repetindo dez vezes o ditado, escrevendo vinte vezes a frase errada e outras coisinhas mais. Penso e repenso, foi um tempo memorável, pois tenho certeza de que essa escola do passado, tão sem as práticas sociais de hoje e tão criticada por alguns forneceu subsídios para se construir a escola de hoje. De um modo ou de outro, as formas de como as crianças hoje são alfabetizadas, é muito diferente de como se praticava antigamente, não havia tecnologia avançada, nem capacitação para o professor, a escola era dona do seu próprio juízo, mandava e desmandava, tinha a missão de ser a única transmissora de informação. Entretanto, segundo Ferreiro, o ensino de introdução a língua escrita,