Repensando a inteligência
O problema da inteligência
A inteligência é um tema fundamental e problemático da psicologia. Embora todos os teóricos concordem sobre que ela é um dos aspectos mais importantes do ser humano, ainda existem discussões sobre a compreensão científica do assunto.
A abordagem psicométrica
Postura básica
Uma das primeiras abordagens aplicadas ao estudo científico da inteligência foi a Psicometria, uma perspectiva que enfatiza o desempenho intelectual e os fatores gerais ou específicos que o compõe. Ela presume que a inteligência é uma habilidade mental inata, fixa, abstrata e geral, cujo grau de intensidade (seja global ou de aspectos isolados) pode ser medido através do desempenho em testes compostos de uma série ordenada de tarefas ou problemas a serem resolvidas por um indivíduo. Francis Galton (1869), pioneiro no estudo da avaliação da inteligência, acreditava que a inteligência era uma capacidade fixa e hereditária subjacentes a todas as atividades cognitivas.
A partir da constatação da existência de correlações bastante elevadas entre as diversas aptidões específicas avaliadas nos subitens dos testes, tais como memória, cálculo matemático e percepção visual, foram realizados estudos de análise fatorial em várias amostras para investigar a possível existência de elementos comuns. Os resultados obtidos sugerem que, estatisticamente falando, tudo se passa com as habilidades específicas estivessem direta ou indiretamente associadas a um “fator geral” ou “fator g”. Como diz Spearman (1927): “Exatamente como ocorre na física, toda a atividade mental consiste de manifestações em contínua variação de uma única coisa à qual pode ser dado o nome de energia”. (p.133)
Uma dose dessa energia estaria presente em todas as pessoas e em diferentes graus, sendo concebida como algo independente do meio ambiente, do conteúdo, da experiência, da educação e dos valores culturais.
Problemas com a postura psicométrica
Limitações teóricas básicas