Renascimento Científico
Na transição entre a mentalidade medieval européia, marcadamente contemplativa e submissa às inquestionáveis verdades da fé, e a mentalidade moderna, com a volta da racionalidade para o entendimento do mundo, surge um movimento artístico e científico denominado Renascimento (séculos XV e XVI). Esse movimento criou a base conceitual e introduziu valores que permitiram a revalorização da razão e o advento da ciência moderna no século XVII. Como forma de se opor à visão de mundo dominante no período medieval, isto é, o teocentrismo (Deus como centro), os renascentistas revitalizam o pensamento greco-romano (daí o nome de Renascimento), inicialmente fazendo do homem o centro do conhecimento, ou seja, trazendo à tona o antropocentrismo. O Renascimento proporciona o desenvolvimento do racionalismo, isto é, a explicação do mundo por verdades estabelecidas pela razão, e não pela fé, e permite que seja desenvolvido o espírito de observação experimental com a mente mais aberta ao livre exame do universo para descobrir as leis que regem os fenômenos naturais. Para conhecer a realidade, surge, durante o Renascimento, um novo método de investigação, o empirismo, baseado na observação e experimentação sistemática, que é uma das bases das ciências naturais modernas. Conhecer algo a respeito da natureza não se limita ao exercício da reflexão; ela se faz a partir da realidade observada. Este conjunto de atitudes contrapunha-se à mentalidade contemplativa e submissa às verdades da fé dominante na Idade Média, abrindo