Renascimento- Albert e Brunelleschi
Diferente do gótico, a nova arquitetura se baseará em duas premissas fundamentais. A primeira é o uso de figuras geométricas elementares e de relações matemáticas simples; a segunda é a reutilização das ordens clássicas da tradição grega e romana. Este aval quase sagrado concedido à arquitetura clássica na Antiguidade pode ser representado pelo descobrimento do texto de Vitrúvio; cujas descrições e propostas virtuais permitem fundamentar as novas ideias renascentistas da cidade e sua imagem do mundo e suas formas urbanas: sua imago mundi, bem como sua forma urbis. Nesse processo de renascimento ou reafirmação, a beleza é entendida como expressão da verdade, e se concede à invenção humana uma importância próxima ao poder criador, em uma apoteose que chega a seu apogeu no início do século XVI com Leonardo, Rafael e Michelangelo.
Em vez de análises filológicas do texto vitruviano os homens do quattrocento e do cinquecento tentam um colóquio com aquele arquiteto romano através de comentários e de novos tratados de arquitetura. Assim, entre o texto de Leon Battista Alberti (1452) e o manual de Giácomo Barozzi da Vignola (1562), encontramos cem anos de vasta produção teórica, sobre cujas bases se apoia a arquitetura humanística.
A forma urbis se torna realidade mediante a arquitetura, mediante a construção da cidade. Mas o tradicional conceito desta como obra coletiva entra em crise no Renascimento, iniciando o princípio da criação artística como a obra de um autor. Assim nasce a figura do arquiteto como artista.
A arquitetura se insere no movimento humanista de revisão da herança recebida da Idade Média. Nela, o mestre de obras era, em geral, um artesão que estava em estreito contato com suas obras. Somente pouco a pouco ele começou a se distanciar delas, assumindo sua posição de artesão-arquiteto e deixando as questões práticas ao pedreiro e ao empreiteiro. A este mestre de obras, pertencente a um grupo ou corporação de ofício, sucede o arquiteto,