Renascença
Os historiadores do século XIX, porém, deram maior amplitude a esse conceito, incluindo a literatura, a filosofia e a ciência e definindo o renascimento como um momento especial na história do Ocidente. Foi destacado o aspecto laico da cultura renascentista, a busca do indivíduo, o humanismo. Em resumo, o renascimento poderia ser definido como um despertar do humanismo, entendido filosoficamente como a crença nas possibilidades criativas do ser humano, em contraste com o teocentrismo defendido pela Igreja, ou seja, a ideia de que Deus ocupava o centro do mundo.
No domínio das artes, o renascimento se caracterizou pelo apego ao classicismo, isto é, pela revalorização dos estilos vigentes na Antiguidade Greco-romana, a exemplo do cuidado com a anatomia humana nas esculturas e nas pinturas. Outra característica da arte renascentista foi a adoção da perspectiva na pintura, com a capacidade crescente de representar a realidade tridimensional, introduzindo-se a profundidade em uma cena sobre a superfície bidimensional da tela.
O palco do renascimento foi, de fato, as cidades italianas, o que não é surpreendente, pois eram as mais ricas no final da Idade Média, em contato com o mundo oriental, o que possibilitava importante intercâmbio cultural. Possuíam burguesias comerciais dinâmicas, cujos membros encomendavam obras de arte, funcionando como mecenas, isto é, patrocinadores de pintores, escultores e arquitetos. Florença, em particular, foi o principal cenário do renascimento italiano.
O renascimento não se limitou ao campo das artes, abalando todo o sistema de pensamento dominante na Europa ocidental até então. No campo da filosofia, por exemplo, estimulou polêmicas sobre a importância do individuo no mundo de Deus, sua capacidade criadora,