Religião
Poeta da Compaixão
O nome do capítulo é “Poeta da Compaixão” fazendo alusão a maneira que Jesus difundia sua experiência do Reino de Deus: através da linguagem dos poetas. Assim, inventava imagens, concebia belas metáforas, sugeria comparações e, sobretudo, narrava com maestria PARÁBOLAS que cativaram os ouvintes. Usando as parábolas, Jesus se afastava de um discurso estratégico como utilizavam-se os sacerdotes de Jerusalém e os escribas.
Parte 1: Explicação
A linguagem de Jesus era genuína, íntima, clara, simples e sincera, já que comunicava, de fato, sua vivência, não havendo necessidade de recorrer a ideias abstratas ou frases complicadas.
Por meio de parábolas, Jesus capta a ternura de Deus até no ato mais frágil, como nos menores passarinhos do campo (nem os PARDAIS, os menores da Galileia, não são esquecidos por Deus) ou cabelos das pessoas (Deus contou os fios de cabelo de nossas cabeças).
Jesus apropriava-se da poesia para ampliar as consciências e despertar os corações para o mistério do Deus vivo.
As comunidades cristãs não foram capazes de imitar a linguagem parabólica de Jesus. As primeiras gerações cristãs limitaram-se a aplica-las à sua própria situação: algumas vezes reinterpretando seu conteúdo original, outras vezes transformando-as em "Histórias Exemplares" → tendência a atribuir um caráter alegórico a alguns relatos que, na boca de Jesus, eram simples parábolas. Jesus não compôs alegorias, já que era uma linguagem complicada para os camponeses da Galileia.
PARÁBOLA: Cada detalhe do relato deve ser entendido em seu sentido próprio e habitual. (Ex: semeador = semeador / campo = campo)
ALEGORIA: Cada elemento do relato encerra um sentido figurado. (Ex: semeador = o filho do homem / campo = mundo). A alegoria tem sempre algo de sutil e artificioso; se alguém não conhece de antemão a chave para decifrar seu significado, resulta uma linguagem enigmática.
As parábolas de Jesus não têm uma finalidade propriamente didática. Jesus