O Documentário Atlântico Negro na Rota dos Orixás mostra que a África está presente no Brasil em todas as dimensões de nossa sociedade (na religiosidade, na música, no gestual, no gosto pelas corres, nos ritmos, na alegria, na dança e na forma como falamos a língua portuguesa. Muitos brasileiros sentem uma forte atração pela África, por esse imenso continente ainda pouco conhecido entre nós. A África faz parte do imaginário brasileiro, e é um dos nossos mais ricos e misteriosos mitos. Vemos depoimentos, onde o Pai Euclides sacerdote de São Luis agradece o bastão que recebeu de Avimanjé-Non sacerdote de Uidá no Benim e fala que seu corpo está no Brasil, mas seu espírito está na África. Avimanjé-Non diz que aqueles que partiram para o Brasil, guardaram a sua identidade. A força da tradição africana vem da consciência de que a África é um continente com uma longa história. Pois muito antes da chegada dos europeus a África já tinha grandes impérios e civilizações, como o grande reino do Benim, o reino do Congo e no interior o famoso reino de Zimbabué, segundo Alberto da Costa e Silva diplomata e historiador. Alberto da Costa e Silva disse que os africanos trouxeram para o Brasil o trabalho do ferro, foram grandes mestres da mineração, os mestres da agricultura tropical e os mestres da criação de gado extensivo em nosso país. O reino do Daomé que teve tantos vínculos históricos com o Brasil deu origem ao Benim moderno, com cerca de seis mil habitantes, onde a maior parte dos habitantes adota a poligênica, são faladas mais de quarenta idiomas, onde a língua Iofon é a mais difundida, seguida pelo Ogum e pelo Ioruba. O Benim tem uma superfície equivalente a de Portugal, o país vive uma democracia desde os anos noventa, tendo como sua capital a cidade de Cotonun e nela assim como em outras cidades a tradição convive com a modernidade. Avimanjé-Non fala que no caminho em direção ao Brasil e outras partes da América os escravos levaram os vodus da África.