Relações comunitárias
O autor Guareschi inicia o texto por definir o que seja relação: “uma ordenação, um direcionamento intrínseco (necessário) de uma coisa, em direção a outra”. Ou seja, relação é um conceito que pode ser aplicado a uma realidade que não pode existir sem que haja uma outra. Em outras palavras, “(...) A percepção da relação é, pois, uma percepção dialética”.
Com essa linha de pensamento, o autor definiu grupo como relações existentes (qualquer tipo) entre várias pessoas. Quanto mais intensas forem essas relações, proporcionalmente será a coesão.
A visão de grupo por ser definida através das relações, sua definição foi transcendida de uma visão estática, para uma visão dinâmica, já que a dinâmica faz parte de qualquer relacionamento. Sendo assim, os grupos são mutáveis, dinâmicos e se transformam conforme a aquisição de poder entre seus membros.
Guareschi faz uma distinção entre multidão: as relações praticamente inexistem, de modo que a “coisa” em comum entre as pessoas que constituem a multidão é um dirigente. As multidões podem ser perigosas pelo sentimento de impunidade. Também se entende público como uma multidão, porém sem a continuidade física, a “coisa” em comum entre as pessoas é a sintonia.
E explica que existem diferentes tipos de relações conforme o momento, no entanto, se detém nas relações de dominação. Este tipo de dominação ocorre quando uma pessoa, ou uma parcela de pessoas se apodera, expropria ou rouba o poder dos outros. “Dominação é uma relação onde alguém, a pretexto de outro possuir determinadas qualidades ou características (...), se apropria de seus poderes (...) e passa a trata-lo de maneira desigual”.
A origem da dominação está intimamente vinculada com o conceito de ideologia. O Conceito de ideologia por sua vez, pode tanto servir para sustentar relações justas, como para sustentar o contrário. A ideologia no cotidiano se banalizou de tal maneira a dar um sentido estereotipado a