Relação entre História e Literatura
Apesar de não haver um conceito definido do que é literatura, como mostra o trabalho de Marisa Lajolo, sabemos que é perfeitamente possível utilizar-se dela (da literatura) para fazermos uma análise ou confrontarmos com a realidade. Dentro dessa perspectiva destaca-se o autor Flávio Loureiro Chaves que cita trabalhos de Machado de Assis, de Lima Barreto entre outros romances, como fontes riquíssimas para compreender um período histórico.
Podemos encontrar vários romances, além desses que nos auxiliaria a fazermos um estudo histórico, o romance Capitães da Areia de Jorge Amado, por exemplo, é um ótimo exemplo disso, pois o tempo da narrativa do romance se remete ao período da primeira República no Brasil.
Com isso o autor se serve de vários elementos reais que ocorreram neste período para escrever o seu romance como a Revolução que ocorreu como resposta ao colapso econômico do país após o crash, ou seja, a queda da Bolsa de Nova YorK. Reflexo da revolta de jovens militares, da população de classe média, do proletariado urbano e das oligarquias nordestinas e sulistas, a Revolução foi idealizada a partir da aliança desses setores, e outros marginalizados politicamente.
Também a partir desse mesmo romance, podemos relembrar movimentos do período como o cangaço percebendo também uma discursão feita no campo da história, se Lampião foi herói ou bandido, a partir da visão que os meninos tinham de Lampião em contrapartida da visão expressa nas noticias dos jornais, além de retratar as epidemias que assolaram a população da época, mostrando como a má distribuição de renda e consequentemente, a desigualdade social era um fator importante para os atingidos por essas doenças.
Então pode-se concluir que a obra literária diz muito a respeito de uma época. O