RELAÇÃO ENTRE CONCEITO DE LÍNGUA E CONCEPÇÃO DE GRAMÁTICA
A língua é ferramenta através da qual nos comunicamos e é muito difícil de ser conceituada de forma precisa devido às diversas concepções e a complexidade em relação a sua assimilação e utilização. O conceito de língua decorre de abordagens teóricas diferentes e muitas vezes divergentes. A concepção de linguagem propõe basicamente três modos de concebê-la; a linguagem como expressão de pensamento, como instrumento de comunicação e como processo de interação. A forma de se entender uma gramática está associada ao entendimento de língua, pois é a concepção que se tem da mesma que estabelece o tipo de gramática.
A linguagem concebida como expressão de pensamento considera que o indivíduo não pode pensar sem fazer uso da linguagem, desta forma admite-se que para que haja a organização lógica do pensamento e das estruturas linguísticas existem regras a serem seguidas; essas regras de acordo com Travaglia (2002, p.21), constituem as normas gramaticais do falar e escrever “bem”. Para essa concepção de linguagem temos a gramática normativa que é aquela que busca a padronização das regras e conceitos que apóiam a norma culta; a variação desta norma é considerada uma transgressão. Na concepção de linguagem como instrumento de comunicação, a língua é vista como um produto social estruturado que pertence a todos, porém é independente dos indivíduos que a utilizam, dessa forma, não pode ser criada ou modificada pelos mesmos para que não perca sua unidade. A linguagem como produto do estruturalismo se liga a gramática descritiva, a qual segundo POSSENTI (1996) é definida como um conjunto de regras que são seguidas e que orienta o trabalho dos linguistas, cuja preocupação é descrever ou explicar as línguas como elas são faladas. Nesse caso o objetivo principal é mostrar as regras do modo como são utilizadas pelos falantes sendo assim admite-se que há uma variação da língua a qual precisa ser considerada. Já de