Relação do filme Diários de Motocicleta com a Identidade Americana
O presente texto tem como objetivo relacionar o filme Diários de Motocicleta com a identidade americana, tendo em vista que a América possui grande diversidade cultural e demográfica. No entanto, ao mesmo tempo ao longo do texto, após analisar “as aventuras” de dois jovens pelo continente, é possível perceber o quanto os povos da América Latina se assemelham em meio a diversas questões, sejam elas politicas, econômicas ou sociais. Na segunda metade do século XX a América Latina estava imersa nos regimes ditatoriais repressores e assassinos de milhares de vidas que alimentavam uma inquietude diante das injustiças sociais. É nesse contexto que serão analisadas as memórias relatadas por Ernesto Guevara e seu companheiro Alberto Granado a partir da viagem feita por eles em 1952, no filme Diários de Motocicleta, produzido pelo brasileiro Walter Salles e lançado em 2014, no qual se pode perceber as impressões e críticas sobre o valor do progresso econômico na América Latina gerando a situação de desigualdade social, bem como perceber o legado cultural deixado pelos seus principais colonizadores, assim como a semelhança na identidade que predomina em toda América Latina.
O presente filme aborda uma viagem pela América do Sul, em 1952, de Ernesto Guevara de La Serna (Che Guevara) biomédico e seu amigo Alberto Granado, estudante de medicina. Os dois saíram da Argentina com o intuito de percorrer o subcontinente em uma motocicleta (que chamaram de ‘la poderosa’). Os dois jovens que inicialmente partem para uma viagem de descoberta do seu continente, aprendem e encontram no novo mundo uma América Latina diferente do que abordava os livros na década 50 e que não se aprendia na universidade, quando esta dirigia seu olhar somente para a Europa e para os USA.
No decorrer da viagem a percepção que os dois protagonistas vão ter acerca da realidade social e política da América Latina passa a alterar a