empreendedorismo de jovens
Foto: Jorge Aloy
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HSM Management 99 • julho-Agosto 2013 hsmmanagement.com.br
Gustavo Santaolalla
O homem-
-orquestra
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Desde adolescente, o argentino Gustavo Santaolalla queria ser músico e foi criando bandas –quatro, ao longo tempo. Até que, um dia, o “poderoso chefão do rock latino”, como já foi chamado pela mídia norte-americana, descobriu sua veia empreendedora e tornou-se produtor.
Abraçou a carreira, chegando até a fundar uma gravadora e uma editora, e pôs uma quantidade gigantesca de talentos latino-americanos no mapa da música mundial: somados até 2013, representavam acima de cem discos lançados, com mais de 10 milhões de cópias vendidas. O reconhecimento de tudo isso veio com dois Oscars por trilhas de filmes e 14 Grammys, sendo 12 latinos e dois da premiação norte-americana, entre outros prêmios.
Esse misto de artista e homem de negócios serve de exemplo e inspiração a empreendedores de todo tipo, no melhor espírito da administração transetorial pós-moderna. Em entrevista exclusiva a HSM Management, ele conta como trabalhou com um produto diferente –a música latino-americana– em um mercado como os Estados Unidos e alcançou tamanho sucesso, o que ninguém se atreve a atribuir meramente à resposta dos norte-americanos de origem latina.
Como você foi de Buenos Aires para o mundo?
Bem, com 16 anos, criei minha primeira banda, que se chamavaArco Iris –na verdade, ela começou a surgir quando tinha 12 e, aos 13, fiz meu primeiro demo.
Quando a banda acabou, em 1975, fui para Los Angeles, me envolvi com rock e montei minha segunda banda, a Wet Picnic, pela qual era obcecado: eu me dedicava ao grupo 24 horas por dia, pensando, compondo, ensaiando.
Fiz outras bandas, mas o que me transformou aconteceu mais tarde, quando fui produzir a turnê de um amigo e percorri toda a Argentina: 40 shows musicais em 18 meses. Essa viagem me transformou, porque conheci centenas de músicos que não tinham interesse em