Relato Ditadura

476 palavras 2 páginas
Relato concedido por Maria Augusta em entrevista ao CACO sobre seu envolvimento com o CACO no combate à Ditadura Militar e as conseqüências de sua militância.

Maria Augusta Carneiro Ribeiro, mais conhecida como Guta, foi Vice-Presidente do CACO em 1968 e um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano seqüestrado por militantes de esquerda durante a ditadura militar. Ela permaneceu no exílio por 10 anos, antes de retornar ao Brasil e participar da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente é ouvidora-geral da Petrobrás.
Em entrevista ao CACO, Maria Augusta disse que entrou pra FND em 1967 e quando questionada se tinha tido participação, anteriormente, ao movimento secundarista, ela disse que foi presidente do grêmio no Colégio Santa Úrsula, era da Juventude Estudantil Católica (JEC, sua primeira relação organizada com a política. Afirmou também que, na época do golpe, ela tinha apenas 15 anos e era presidente do grêmio. Foi expulsa pelas freiras do colégio onde estudava e sua família providenciou um intercambio para os EUA, pois eles achavam que assim ela estaria resguardada e quando voltasse estaria pronta pra seguir uma carreira.
Guta resolveu fazer Direito porque achou que fosse uma profissão na qual poderia usar suas idéias pra transformar a realidade. Entrou na FND sabendo que havia uma ebulição política no CACO. Afirmou que o CACO não era só contra a ditadura, contra o Estado de força, lutavam também por um Brasil mais igualitário, por uma democracia ampla.
Ela confirmou que a morte de Edson Luis foi o estopim da Passeata dos Cem Mil e que o CACO tinha grande participação em manifestações, como por exemplo na Sexta-feira Sangrenta. No CACO e na faculdade vivia-se uma repressão muito forte e muito frequentemente os alunos tinham que sair da faculdade pelo telhado, pela Radio MEC, porque a policia entrava pra pegar os estudantes.
Sua primeira prisão foi no Congresso da UNE em Ibiúna. Quando questionada sobre os motivos que

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