O relativismo cultural
1. A relação entre indivíduo e sociedade
2. Política e garantida de direitos fundamentais
3. Violência, criminalidade e políticas públicas
4. O exótico e o familiar na caracterização do Brasil
É necessário destacar que a opção de foco do trabalho se justifica na medida em que a tentativa de enxergar o problema, sob a ótica dita marginal, servirá para a aplicação de uma das teses principais defendidas por Roberto Da Matta em sua obra Relativizando: uma introdução à antropologia social.
1. A relação entre indivíduo e sociedade
Segundo Roberto Da Matta, o homem “é tudo o que se manifesta na sociedade e sociabilidade”. Essa conceituação do humano nos leva a refletir sobre a postura dos vários traficantes ouvidos no documentário em análise. Dentre os depoimentos, o de Adriano fornece o fio condutor da narrativa sob este enfoque, em contraponto às demais declarações que confirmam sua explanação e suas opiniões.
Já de início, Adriano expõe sua motivação pessoal: melhor condição de vida, suprimento de necessidades básicas, como alimentação, amparo à família, além de acesso a itens de maior apelo consumista, como bom vestuário. Ele enfatiza sua disposição de “viver a vida sem fazer maldade com ninguém”.
Além de evidentes e palpáveis aspirações materiais, é flagrante a busca pela notoriedade que a opção pelo crime proporciona a todos os traficantes exibidos no documentário. Francisco, menor infrator, afirma que já se sentiu “o dono do mundo” e se lisonjeia em ser o alvo do olhar cobiçoso das mulheres.
É, sem dúvida, uma forma de poder sobre “uma sociedade que não reconhece o real valor do indivíduo”, como bem reflete