Reinventar o passado
COMEMORAÇÕES: O CENTENÁRIO DE
NASCIMENTO DO PRESIDENTE JOÃO PESSOA
NA PARAÍBA EM 1978
Genes Duarte Ribeiro1
Reinventar o Passado: Comemorar Para Não Esquecer
Na opinião de Gaddis o passado é como algo que nunca poderemos possuir,
“porque quando percebemos o que aconteceu, os fatos já estão inacessíveis para nós: não podemos revivê-los, recuperá-los, ou retornar no tempo como um experimento de laboratório ou simulação no computador”2.
Lowenthal concorda com a expressão que define o passado como “um país estrangeiro”, justifica que pela sua distância com o presente, o passado vive apenas como uma imagem idealizada e romantizada da história. No entanto, apesar desta separação entre o “passado” e o “presente” o autor afirma que “o passado nos cerca e nos preenche; cada cenário, cada declaração, cada ação conserva um conteúdo residual dos tempos pretéritos”3.
Neste caso, os acontecimentos e experiências vividas se tornam partes integrais da nossa existência e constituem as nossas lembranças do passado, porém quando reconhecemos que os nossos gestos, palavras, regras e artefatos advêm dele, não somente recordamos, mas tomamos consciência deste passado, isto é:
Uma consciência do passado mais completa envolve familiaridade com processos concebidos e finalizados, com recordações daquilo que foi dito e feito, com histórias sobre pessoas e acontecimentos – coisas comuns da memória e da história.4
Sendo assim, “todo ser humano tem consciência do passado”5, pois o passado é o período anterior aos eventos que ficam registrados na memória de um indivíduo.
Porém, para Hobsbawm o que se constitui problema para os historiadores é analisar a natureza desse “sentido do passado” nas sociedades, incluindo as suas mudanças e transformações. Nesse caso, o autor investe contra os pensadores que considerariam o passado como apenas um “construto de nossas mentes”6.
Entretanto, no dizer de Le Goff duas situações conduzem para um