Regulação Mutua
A interação entre bebê e cuidador que influencia a qualidade do apego depende do quanto ambos são capazes de responder adequadamente aos sinais dos estados emocionais um do outro. Esse processo é denominado regulação mútua.
Os bebês assumem um papel ativo nesse processo de regulação, mais do que receptores passivos das ações dos cuidadores, os bebês influenciam ativamente como os cuidadores agem em relação a eles.
Ocorre interação saudável quando um cuidador interpreta os sinais do bebê de maneira correta e responde adequadamente. Quando os objetivos de um bebê são atendidos, o bebê fica feliz ou ao menos interessado (Tronick, 1989). Se o cuidador ignora um convite para brincar, ou insiste em brincar quando o bebê já sinalizou que "não está com vontade", o bebê pode sentir-se frustrado ou triste. Quando os bebês não alcançam os resultados desejados, continuam enviando sinais para corrigir a interação. Normalmente a interação oscila entre estados bem e mal-regulados e, a partir dessas variações, os bebês aprendem a enviar sinais e o que fazer quando seus sinais iniciais não resultam em um equilíbrio emocional confortável.
Os relacionamentos com pais e outros cuidadores ajudam os bebês a aprender a interpretar o comportamento dos outros e desenvolver expectativas sobre isso. Até bebês muito novos são capazes de perceber as emoções expressadas pelos outros e conseguem adaptar seu próprio comportamento em conformidade com isso (Lelwica e Haviland,
1983; Termine e Izard, 1988).
O paradigma do "rosto sem expressão" é um método de pesquisa utilizado para medir a regulação mútua em bebês de 2 a 9 meses de idade. No episódio do rosto sem expressão, o qual ocorre após uma interação normal face a face, a mãe, de repente, fica com o rosto sem expressão, quieta e sem reação. Alguns minutos depois, retoma a interação normal (o episódio de reunião). Durante o episódio do rosto sem expressão, os bebês tendem a parar de sorrir e olhar para a mãe.