sêneca
III, 7. "Se, com efeito, renunciarmos a toda relação com o próximo e nos afastarmos do gênero humano para viver unicamente concentrados em nós mesmos, este isolamento, esta indiferença absoluta, terão por resultado a mais completa ociosidade: começaremos a construir de um lado e a demolir do outro;-bianca
IV, 3. A carreira militar lhe é proibida? Que ele pretenda as magistraturas: está ele reduzido à vida particular? Que advogue. O silêncio lhe é imposto? Que ele dê a seus concidadãos o apoio mudo de sua presença. Mesmo o acesso ao fórum lhe é perigoso? Que nas residências particulares, nos espetáculos, à mesa, ele se mostre companheiro honesto, amigo fiel, conviva moderado. Ele não pode mais cumprir com seus deveres de cidadão? Restam-lhe os deveres de homem.
V, 4. Por conseguinte, conforme a situação da República e o que a fortuna nos permitir, lançar-nos-emos a todo pano ou nos recolheremos em nós mesmos; mas,em todos os casos, nós nos moveremos sem nos deixarmos paralisar pelo temor. Aquele que assim proceder, esse será verdadeiramente homem: porque, sentindo-se envolvido pelos perigos e não ouvindo ao seu redor senão o fragor das armas e das prisões, evitará a destruição de sua virtude nos obstáculos, mas também não a esconderá: pois enterrar-se não é conservar-se.
VI — 1. A este respeito devemos considerar primeiramente a nós mesmos, depois as tarefas que queremos empreender, depois os homens para os quais ou com os quais teremos de trabalhar. 2. Antes de tudo, é indispensável avaliar-se uma pessoa a si mesma, pois na maioria das vezes exageramos nossas capacidades. Um cairá por ter presumido demais de sua eloqüência; outro quer tirar de seu patrimônio mais do que este pode render: um terceiro esgota seu corpo débil em labores extenuantes. 3. Alguns têm uma timidez incompatível com a vida de negócios, que exige uma fronte intrépida; outros têm uma rigidez que não lograria êxito na corte; outros não sabem