Regras relativas observação do fato social

REGRAS RELATIVAS À OBSERVAÇÃO DOS FATOS SOCIAIS
A primeira e mais importante regra é tratar os fatos sociais como coisa. Pois, como objeto da ciência, deixam de ser representados apenas por imagens sensíveis, mas por conceitos definidos. O homem, ao perceber uma coisa, prefere formar uma ideia pessoal em realaçào a aquilo à observar, descrever ou comparar, prefere ficar especulando. A reflexão é anterior à ciência, que se serve dela com método. Mas, às vezes, recorre-se a observação dos fatos para comprovar; um papel secundário. Esses fatos não são objetos da ciência, pois a ciência vai da ideia a coisa, logo, não resultariam num resultado objetivo. Essas noções ou conceitos são produtos da experiência vulgar, objetivam harmonizar nossas açòes com o mundo e, mesmo sendo falsa, pode ser útil. Copérnico nos iludiu com relação aos astros, mas é graças a ele que regulamos o nosso tempo. Mas elas só apresentam essa justeza, quando vistas de uma maneira geral. Tais noções são muito mais misteriosas, lhe falta estímulo. Essas noções se confundem com o real, por SUPOR-se tratar de sua essência, pois é bom aquilo que está de acordo com a natureza das coisas. Portanto, se dominamos bem a análise ideológica, perde-se o interesse prática de estudar a realidade. Essa reflexão, então, afasta o saber real do objeto. Essa intromissão da "arte" na ciência, origina a reflexão científica, que surge para satisfazer as necessidades vitais se orientando para prática. É ela que diferencia a alquimia da química, a astrologia da astronomia. Mas ainda são noções vulgares, "fantasmas que nos desfiguram o verdadeiro aspecto das coisas". Assim aconteceu com as ciências naturais e, também, com a sociologia.
A organização da família, do contrato do Estado e da sociedade é vista como um simples desenvolvimento de ideias que temos sobre a sociedade, o Estado, a justiça etc. Então, os fatos só tem realidade com as ideias, que os tornam matéria da sociologia. E, de fato, até o presente, a