Reflexões Sobre Little Rock - Hannah Arendt

Reflexões sobre Little Rock
Hannah Arendt nos permite uma visão privilegiada sobre os acontecimentos que se deram em Little Rock em 1888, quando por ordem da suprema corte federal ficou decretado que jovens negros freqüentariam a escola onde brancos sempre freqüentaram.
Hannah se propõe a pensar sobre o que faria se fosse uma mãe negra no Sul. Ela conclui que se a questão fosse a possibilidade de oportunidades iguais, seria mais proveitoso se a chamassem para defender uma melhoria na escola para negros do que simplesmente forçá-los a freqüentar um lugar onde visivelmente não eram bem vindos. Ou ainda que criassem uma classe especial para as crianças negras que estivessem aptas a estudar na escola das crianças brancas. Arendt conclui que a decisão da suprema corte, mudou de foco o alvo da discriminação, e se nem os próprios pais conseguiam lidar com esse fardo, o que poderia se esperar das crianças?
A autora ainda reflete sobre o que faria se estivesse no lugar das mães brancas do Sul. Ela conclui que se o estivesse, evitaria que uma batalha política ocorresse no pátio da escola, e acharia de extrema importância que requeressem o consentimento dela para tomar esse tipo de decisão, independente da opinião dela a respeito disso.
Ela ainda diz que essa perseguição afeta as crianças de uma maneira muito extrema, pois a sensação de não ser desejado em determinado lugar é muito pior do que a franca perseguição, que é um problema embaraçoso no âmbito político. Não ser desejado meche e fere com o orgulho pessoal da criança. O orgulho que não conhece discriminação ou complexos de inferioridade é indispensável para a integridade pessoal.
Antes de forçar a integração das crianças negras nas escolas de brancos, seria necessário que houvessem alguns ajustes nas leis, como por exemplo o direito ao voto em segurança, e principalmente a não marginalização do casamento misto. Com relação ao casamento misto, Arendt nos mostra que a discriminação do mesmo interfere nos