Reflexões carlos brandão
CARLOS RODRIGUES BRANDÃO*
Resumo: Este artigo reflete sobre a vivência da pesquisa de campo e sobre o tipo de conhecimento produzido no encontro etnográfico. Nele são discutidas estratégias pessoais usadas na aproximação inicial com os sujeitos da pesquisa, especialmente em comunidades camponesas, bem como os dilemas éticos enfrentados pelo etnógrafo durante e após a pesquisa de campo.
Palavras-chave: metodologia da pesquisa de campo; comunidades camponesas; etnografia.
Para contextualizar um texto itinerante, de um autor andarilho que não precisa ser apresentado: No início da década de 1980, Brandão foi procurado por Niuvenius Paoli para dar um curso de práticas de campo a professores e alunos da UFMG que estavam começando um projeto ligado à Secretaria de Educação do estado de Minas Gerais e pretendia diagnosticar a educação em uma centena de municípios de pequeno e médio porte do estado a fim de propor um modelo de educação no campo.
Como ele não teve tempo hábil para isso, ditou numa fita cassete uma série de reflexões sobre suas experiências. Essa fita foi transcrita e o texto mimeografado por Suzana Obler, ajudando a formar muitos pesquisadores desde então.
Em 2002, João Batista Almeida Costa da
UniMontes, em Montes Claros, conseguiu-me uma cópia quase ilegível desse texto, que tentei adotar para os alunos de graduação na Uece, mas esbarrava na impossibilidade de tirar cópias. Então, Glaudiane Holanda, também da
Uece, resolveu ressuscitar o artigo que agora a revista Sociedade e Cultura publica,1 fazendo coro à homenagem que a 25ª Reunião Brasileira de Antropologia prestou a esse autor que, nascido carioca, adotou-se goiano.
Roberto Lima
* Professor titular da Unicamp.
Cinco de janeiro de 1983: algumas reflexões extraídas da vivência a respeito do trabalho de campo. Esta gravação é feita para o pessoal do
MG 2.
O que eu quero expor aqui nesta fita de maneira nenhuma substitui o que poderia ter sido uma conversa