Reflexões acerca da crise ambiental e a condição humana
Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental
Revista do PPGEA/FURG-RS
ISSN 1517-1256
Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental
Reflexões acerca da crise ambiental e a condição humana1
Clenio Lago2
Felipe Bueno Amaral3
Camila Mühl4
Resumo: A crise ambiental, que emerge em meados do século XX e se constrói temporalmente, pode alterar as significações intrínsecas dos indivíduos e representa para o mundo contemporâneo a grande expressão mal-estar civilizatório vivido a partir da possibilidade efetiva da destruição das condições à vida. Colocam-se em questão culturas, modos de vida. As tensões geradas por essa crise remetem esse homem para a complexa rede de relações que o significam e onde seu habitus é frequentemente questionado. Sob este contexto, o presente estudo objetiva refletir sobre o modo de vida ocidental, em sua expressão moderna, como forma de compreender a condição humana como temporalidade em sua íntima relação com o ambiente. Tal análise foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica, no horizonte da Hermenêutica Filosófica, refletindo especialmente sobre a relação homem/natureza, público/privado como forma de evidenciar a condição humana. Frente às várias concepções, indicamos que o homem não é totalmente o humano, que não nasce humano e nem se torna humano ou se desenvolve num dever ser humano, mas encontra sua condição humana na pluralidade das existências, como modo de ser histórico. Isso implica dizer que não necessariamente esse humanar, que desponta no acontecer, se constitui em um avanço, senão que mostra a condição de ser humano como projeto inacabado que pode ser reorientado. E, é exatamente esta autopercepção do ser humano como inacabado o que lhe possibilita reavaliar e reorientar seu modo de ser.
Palavras-chave: Crise Ambiental; Condição Humana.
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Embora, quanto à expressão “a condição humana”, sejamos devedores diretos de Hannah Arendt, que