Reflexão
Imaginem um casal de namorados. Conhecem-se desde pequenos, mas pouco se falam. Até que começam a conversar num dia que seria como outro qualquer não fosse o mau tempo a uni-los debaixo de um guarda-chuva. Seis anos depois casam. Pode acontecer de que ele já estivesse interessado na garota antes mesmo deste dia. Pode acontecer também dele confessar isto para ela depois de um tempo de namoro. Cheguemos agora na questão. 50 anos de casamento e tanto ele quanto ela pensam: ‘nada acontece por acaso mesmo, foi debaixo daquele guarda-chuva que tudo começou.’ E, pensando assim, repetem esta estória aos netos e vizinhos e conhecidos, enfim, passam adiante a opinião que trazem consigo. Ou acham que trazem, pois isto não parece algo que foi apresentado pela sociedade e eles absorveram-no? Pouco provavelmente eles criaram esta sentença ‘nada acontece por acaso’. Ouviram, mas só repetem por causa da experiência que tiveram. Se não tivessem passado por esta experiência, repetiriam esta sentença às gerações seguintes?
Olharemos por outra lente, e se o rapaz, no meio daquela multidão, escolheu andar perto da garota por causa de seu interesse por ela? É claro que não estou propondo que ele tenha feito chover ou que ele sabia que isto ia acontecer, apenas sugiro que não foi necessariamente o acaso que os uniu.