Reflexão sobre texto de Jelson Oliveira
O texto “O direito de cuidar”, do filósofo Jelson Oliveira, traz à luz um problema atual da sociedade brasileira que é comumente ignorado: as minorias regionais e os grupos étnicos que em sua diversidade caracterizam o Brasil como um país multicultural e cosmopolita estão sendo diminuídos e excluídos pelo modelo de produção e desenvolvimento capitalista, que ameaça não somente destruir as suas terras mas também o núcleo histórico-social desses grupos, que em sua esfera comunitária e familiar de pequeno porte se faz sensível à opressão e autoritarismo do governo e das grandes empresas. O Brasil é um país de tamanho continental, e uma de suas características mais notáveis é a sociodiversidade que pode ser encontrada de Norte à Sul. As diferenças culturais, sociais e religiosas se fazem tão grandes de uma região para a outra que vários aspectos da vida cotidiana, como a linguagem, a culinária, o estilo de vida, as tradições e as formas de produção se configuram eminentemente complexas e diferenciadas em cada local, como se cada região fosse um país diferente. Mas é essa cornucópia cultural e social que acrescenta riqueza e pluralidade na caracterização do nosso país, e para além de todas essas diferenças ainda existem aqueles fatores de construção nacional que são comuns à todos, e que revelam a nossa identidade como brasileiros.
Como exemplos desses grupos étnicos e culturais podemos apontar: as baianas do acarajé, os seringueiros, os poçeiros, os ribeirinhos, os povos indígenas, os quilombolas, as lavadeiras etc. O que todas essas populações tem em comum e que ao mesmo tempo as diferencia e que torna cada uma delas especial e única é sua conexão com a terra, com o espaço geográfico em que se encontram, espaço esse em que a natureza definiu, através de todas as suas leis e condições, os modos de vida à