Redação de redução de juros
A redução dos juros bancários registrada nas últimas semanas não é passageira e tem condições de ser sustentável, a queda das taxas tende a reduzir a inadimplência, uma das principais causas dos juros altos. Além disso, a desaceleração da economia impedirá que a taxa Selic, juros básicos da economia que servem de referência para as taxas finais das operações de crédito, seja reajustada tão cedo pelo Banco Central.
O governo tem agido em duas frentes para reduzir os juros. Por um lado, os bancos públicos têm liderado um movimento de corte nas taxas das linhas de crédito. Isso reduz o spread bancário, diferença entre o custo dos bancos para captar recursos de clientes e as taxas cobradas nos empréstimos e financiamentos. Por outro lado, desde o segundo semestre do ano passado, o Banco Central vem reduzido a taxa Selic. Atualmente em 9% ao ano, os juros básicos estão no segundo menor nível da história. Para permitir que a taxa continue caindo sem provocar desequilíbrio no mercado financeiro e nas contas públicas, o governo mudou a remuneração da poupança.
Ao mesmo tempo em que estimula o crédito, a redução dos juros pode aquecer a economia. Caso o consumo se expanda rapidamente, a inflação pode voltar a acelerar, o que forçaria o Banco Central a interromper a trajetória de queda da Selic. Os especialistas, no entanto, descartam o risco de reajuste dos juros básicos. “A atividade econômica está desacelerando. O Banco Central está agindo tecnicamente num contexto de inflação em queda”.
Especialista em finanças pessoais e professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Newton Marques diz que a equipe econômica tem instrumentos para conter um eventual repique da inflação sem necessariamente mexer na Selic. “Se a inflação voltar a apertar, o governo tem um arsenal de medidas administráveis. O governo pode cortar gastos; e o Banco Central, intervir para baixar o dólar”, declara. Outro fator que poderia interromper a