Recursos humanos
Quando um capitalista reúne na sua fábrica os operários e cada um executa as diferentes operações que criam a mercadoria, ele dá à cooperação simples um caráter todo especial: ele estabelece a divisão do trabalho e a manufatura. A manufatura nada mais é do que um mecanismo de produção cujos órgãos são os seres humanos.
Embora a manufatura se baseie sempre na divisão do trabalho, ele tem uma dupla origem: em alguns casos, a manufatura reuniu na mesma fábrica os diversos ofícios necessários à produção de uma mercadoria; estes ofícios estavam antes, como todas as atividades artesanais, separados e divididos entre si. Em outros casos, a manufatura dividiu as diferentes operações de um trabalho que antes formavam um todo na produção de uma mercadoria, e juntou-as na mesma fábrica.
Por exemplo, uma carruagem, dessas que a gente vê no cinema, era o produto global doa trabalhos de numerosos artesãos independentes como o carpinteiro, o estofador, o costureiro, o serralheiro, o torneiro, o passamenteiro, o vidreiro, o pintor, o envernizador, o dourador, etc. A manufatura de carruagens reuniu todos esses diferentes artífices numa mesma fábrica, onde trabalham simultaneamente, colaborando um com o outro. Não se pode dourar uma carruagem antes de estar pronta; se, porém, muitas carruagens são feitas ao mesmo tempo, umas podem ser douradas enquanto outras se encontram em outras fases do processo de produção. A fabricação da agulha, por exemplo, foi dividida pela manufatura em mais de 20 operações parciais, que agora fazem parte do processo de fabricação total dessa agulha. A manufatura, portanto, ora reuniu vários ofícios em um só, ora dividiu um mesmo oficio em muitos.
A força e os instrumentos de trabalho foram também multiplicados pela manufatura, mas ela os tornou terrivelmente técnicos e simples porque foram reduzidos a uma única e invariável operação elementar.
São as grandes vantagens que o capital realiza na