Porque tantos casamentos acabam
Tirando de lado a intolerância, a falta de fé e a ideologia do descartável, existem “N” teses sobre por que os casamentos acabam tão facilmente na atualidade. A inversão de papéis é uma das mais abordadas.
O homem, antes o provedor, agora divide lugar com sua parceira. A mulher, antes “rainha do lar”, galga cada vez mais posições de destaque no mercado de trabalho. A mulher, antes submissa, dá as cartas, quer mais que amor, quer prazer, sucesso… O homem, antes o decisor, perde espaço no reinado.
Muito antes disso, quero crer que a falta de diálogo é muito mais danosa. No mundo atual, o olho no olho cede lugar para as conversas a partir de SMS, MSN, celular, e-mails etc, etc. Há estudos que comprovam que o que falamos a partir desses canais não temos a coragem de falar pessoalmente. Ou seja: não trocamos. E toda a relação demanda troca.
Logo, quando decidimos casar, morar juntos, adeus SMS, adeus MSN e, então, fim do diálogo – cujo modelo já não era assim tão ideal, convenhamos. Mas há muito mais…
Nossa sociedade aceita com tranquilidade o fim de um casamento. Em alguns casos parece até mesmo haver um estimulo para que mais casais entendam isso como “normal”. É claro que é aceitável, se a relação não é saudável. Infelizmente, o complemento neurótico, às vezes, é mais forte que o complemento do amor, do compromisso, do respeito. Ou seja: relações com um potencial enorme de dar certo acabam. E relações que poderiam nem mesmo existir perduram…
Escolhas
Bem, muito distante dessas questões temos ainda de enfrentar outras suposições: antes os casamentos eram “arranjados”, hoje se casa por “amor” – mesmo que por um amor distorcido, cobrador, condicionado, mas, ainda assim, com a sensação de que estamos livres para escolher.
Será mesmo? Será que somos assim tão livres para escolher? Será que sabemos manter nossa liberdade mesmo dentro da relação? O que vejo e sinto como ponto principal da quebra dos “contratos