Recursos Humanos
Há mais de 25 anos atuando com desenvolvimento de profissionais, estou convicto que o desenvolvimento de pessoas numa empresa representa uma das melhores vias de mudança social. Esforço-me para que acatem a idéia de que empresa é local de desenvolvimento da consciência e que se o mundo é aquilo que percebemos e sobre o qual temos consciência, para mudá-lo é preciso ampliar a consciência das pessoas sobre esse mesmo mundo, facilitando o processo individual de busca de realização.
Num momento em que o paradigma da política brasileira foi colocado em discussão, fiquei intranqüilo com relação ao futuro comportamento gerencial e, por sua vez, com a formação de novos líderes empresariais. Essa preocupação decorre do fato de que no desenvolvimento das pessoas, boa parte da influência é exercida pelo modelo de conduta observado entre as autoridades de sua sociedade imediata. Preocupo-me com as conseqüências éticas que podem ser influenciadas pela existência de um partido ou grupo político que se transformou naquilo contra o qual lutou durante anos. Isso é particularmente grave devido ao provável envolvimento de pessoas de projeção nacional e que, direta ou indiretamente, influenciam as mentes de jovens que irão se tornar líderes no futuro.
Repetindo, vejo a empresa como o melhor ambiente para o desenvolvimento humano, onde a cultura humana é reforçada e produzida através do trabalho operário, onde conceitos são transformados e as inovações surgem como respostas a crises. Isso me obriga a combater de frente, no cotidiano profissional, qualquer tipo de comportamento não-ético – como o que estamos assistindo, por exemplo, na CPMI dos Correios. Nesse combate, usando a discussão e troca de idéias como armas, defendo a idéia de que os profissionais que hoje ocupam cargos de liderança em suas empresas, devem exercer vigorosamente as suas cidadanias e seus papéis políticos, pois só assim poderão assumir, também, a plena liberdade. Assim agindo,