Recursos Humanos: investir é preciso
* Tânia Mara Costa Leite
Há cerca de 10 anos assistimos uma verdadeira revolução em nossas organizações. Downsizing, rightsizing, reengenharia, qualidade total, teamworks, enfim, tudo se tem feito, do ponto de vista administrativo, para enfrentar as exigências da globalização. As empresas nunca mudaram tanto como nos últimos tempos e, mesmo sabendo que a mudança é a essência da própria vida, pouco se tem feito para ampliar a consciência do ser humano envolvido nesses processos. Daí, a constante sensação de “muito movimento e pouca mudança” ou seja, é grande a percepção de alterações ambientais e pequena a de modificações comportamentais. Muito se tem investido na tecnologia e nos métodos. Pouco no humano. Paradoxalmente, sabemos todos ser o homem a matéria prima da mudança, sua mola propulsora, a essência de qualquer empreendimento, o grande gerador de resultados.
Preocupa-se muito em se ter empresas estruturalmente reorganizadas enquanto as pessoas cada vez mais mergulham na insegurança, apreensão e desmotivação. Desmotivação essa, muitas vezes diagnosticada como intrínseca ao ser humano da atualidade, mas claramente percebida – por quem quiser ver – como a resultante da perplexidade diante do perfil exigido para o profissional que quiser se manter “empregável”. Afinal, valores, crenças, habilidades e comportamentos não podem mudar na mesma velocidade com que se instala um novo equipamento ou “software”.
A empresa que desejar se salvar e resgatar seu potencial de crescimento, precisará treinar e promover o desenvolvimento de seus recursos (seres) humanos. A gestão do capital intelectual deverá ser uma área fundamental da administração. Já não basta proporcionar informação às pessoas, é preciso ensiná-las a fazer uso dessa informação, dotando-as de conhecimentos que somados aos talentos individuais permitirão o desenvolvimento das competências exigidas pelo mercado. Esse desenvolvimento deve partir de um processo de