RECURSO EXCESSO DE VELOCIDADE 20%
É no mínimo complicado considerar a Índia um modelo de sucesso econômico. É um país onde 350 milhões de pessoas vivem em pobreza absoluta e 54% da população é analfabeta. Os níveis de vida são baixíssimos, a infra-estrutura está em petição de miséria e os gastos em educação e saúde são limitados. O país, além disso, apesar de ser uma democracia e de conseguir manter algum equilíbrio entre tantas etnias e religiões, vivencia contínuos conflitos étnicos e religiosos e enfrenta o espectro da superpopulação. Entre os BRICs, com certeza, é o menos desenvolvido e mesmo os chineses, hoje, são mais bem educados e com níveis de vida melhores do que os indianos.
Ainda assim, é impossível não olhar com atenção uma nação cuja economia tem crescido de forma sustentada, na faixa de 7% ao ano, nos últimos anos e que tem potencial para se tornar a segunda ou a terceira economia do planeta nas próximas décadas. Na verdade, a Índia tende realmente a se tornar uma das grandes economias do mundo, simplesmente pelo peso de seu bilhão de habitantes. Mas que o país tem apresentado bons níveis de aumento de produtividade e de crescimento econômico nos últimos anos, e que por isto tem que ser avaliado com cuidado nesta série, é um fato.
Desde a sua independência, em 1947, a Índia, socialista, adotou uma política econômica que visava à auto-suficiência. O Estado tinha uma presença fortíssima na economia, controlava importações e exportações e mantinha uma grande número de estatais ineficientes, além de subsídios e outras formas de intervenção estatal. A idéia, razoável para um país incrivelmente injusto há milhares de anos e que havia acabado de sair de uma situação colonial, era a de não depender nunca mais do exterior e melhorar a situação dos pobres aliviando a concentração de renda.
Distribuir renda via Estado pode funcionar muito bem quando se foca numa parcela da população que realmente precisa de ajuda para ir em frente ou quando há muita