Recreação
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O tradicional sistema educacional jesuítico foi responsabilizado por Pombal pelo atraso cultural luso, impedindo os avanças técnicos e tecnológicos, mantendo desta maneira o Reino submisso aos interesses ingleses.
A atuação do Marquês, após o célebre terremoto de Lisboa, em 1º de Novembro de
1755, que devastou a capital portuguesa, encabeçando uma rápida, grandiosa e moderna reconstrução de Lisboa, contribuiu para o aumento da admiração de D. José I por seu ministro e a ampliação quase ilimitada dos poderes políticos de Pombal.
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Outro acontecimento que marcou a ascensão política de Carvalho e Melo foi a tentativa de assassinato do rei, na noite de 3 de Setembro de 1758, quando o monarca foi alvejado por homens encapuzados ao voltar de um encontro amoroso. Para Pombal, o incidente era a deixa necessária para iniciar seu plano de perseguição aos seus inimigos políticos, entre eles a Companhia de Jesus e membros da alta nobreza portuguesa.
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Após o atentado à vida de D. José I, as investigações feitas a mando de Carvalho e
Melo denunciaram como culpados os marqueses de Távora, o duque de Aveiro e o conde de
Atouguia, além de alguns plebeus, que foram considerados seus cúmplices. Todos os envolvidos no caso foram executados brutalmente em Belém, em 13 de Janeiro de 1759, acusados do crime de “lesa-majestade”. Um dia antes, foi publicada a sentença para a
Companhia de Jesus, também acusada do mesmo crime, já que alguns de seus membros circulavam nas casas dos fidalgos condenados. Além do banimento da Ordem de Portugal e de suas colônias, todas as propriedades jesuítas foram confiscadas pelo Estado. A expulsão dos inacianos do Reino, em 1759, finalizava um intenso embate entre a Companhia e Pombal, iniciado ainda em 1750, devido às disputas travadas por jesuítas, portugueses e espanhóis na
América, que resultaram na assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha, em